quinta-feira, 18 de setembro de 2014

COLUNA SATI SAÚDE - SETEMBRO/2014

“Sabemos ficar bem sozinhos?”
Solidão é um sentimento no qual uma pessoa sente uma profunda
sensação de vazio e isolamento, uma sensação que algo ou alguém
está faltando. Nascemos impotentes e precisamos dos cuidados
maternos para sobreviver. Nosso desamparo instala a necessidade de
sermos amados, que nunca mais nos abandonará, buscando um amor
incondicional para preencher um vácuo. Uma pessoa pode passar a
maior parte do tempo sozinha e se sentir bem, ser boa companhia
para si mesma. Outra pode estar cercada de gente e se sentir
totalmente só, fruto das circunstâncias (um casamento infeliz, por
exemplo, ou uma solidão de dimensão existencial).
Um motivo significativo que traz um sentimento de menos valia,
uma insegurança afetiva fundamental, uma baixa autoestima, é se
não nos sentimos amados, valorizados por nossos pais. Embora os
pais procurem fazer o melhor por seus filhos, eles também têm as
suas dificuldades emocionais, e não conseguem dar tudo o que seria
importante para seus filhos.
Exemplos: dificuldades na demonstração do afeto e do carinho //
falta de comunicação familiar // mentiras // falta de elogios // clima de
muita desarmonia no lar... Na verdade quase sempre estamos nos
fazendo uma pergunta existencial: estou só ou estou sobrando? Estar
só é muito diferente de sentir solidão. Mas a sociedade insiste em
dizer que se você está só, é efetivamente infeliz. Na medida em que
uma pessoa não suporta estar só, tenderá a fazer concessões no
sentido de manter vínculos afetivos, que mesmo insatisfatórios,
aparecem como melhor do que a solidão (antes mal acompanhado do
que só). A solidão boa. É muito importante fazer coisas que nos dão
prazer e alento à alma, coisas só nossas (“hobbies”) , como escrever,
ouvir música, ler, fazer esportes, passear na praia, ir à compras, ir ao
cinema, navegar na internet, fazer cursos... Ela é importante também
para a concentração, a memória, a reflexão e para expandir a
criatividade. É quando podemos ficar bem sozinhos, que
conseguimos de verdade a liberdade. A solidão permite a
oportunidade do crescimento interno, do amadurecimento, do
enfrentamento dos desafios e permite que a pessoa descubra os
caminhos para poder lidar com eles. Por capacidade de estar só
entende-se a paz de espírito, a segurança, a criatividade e o gosto de
fazer uma série de coisas que nos dão prazer, porque nos sentimos
muito bem acompanhados com nós mesmos. É importante saber que,
o poder viver só, é o pré-requisito para o estabelecimento dos
vínculos amorosos plenos e totalmente gratificantes, os quais só
surgem entre duas pessoas que completaram com firmeza seus
processos de individualização.
Nada será mais importante do que a dignidade pessoal, que o número
de concessões que se pode fazer é limitado, mesmo em nome do
maior amor. Viver com plenitude significa poder viver só e preferir
viver só a mal acompanhado.
Dra. Solange Bittencourt Quintanilha - Psicanalista, Psicóloga
Médica Hospitalar e Psicóloga Motivacional. Cel: 98179.9999

Nenhum comentário:

Postar um comentário